
Bem cá estou eu, processo fisiológico terminado, estou bem de saúde e recomendo-me.
Entre ontem e hoje, tive que andar de TP (transportes públicos) em Lisboa… menos gente (viva as férias), mas também andei fora das horas de ponta…
Autocarros com ar condicionado, bons assentos (de assentar) e bons amortecedores. Até já conduzidos por mulheres. E os eléctricos? Andei ontem num só 2 paragens para matar saudades do transporte que durante tantos anos, me levou à escola, ao Bairro Alto, às escapadelas… ihih
A cidade, como sempre, está bonita, adoro as saudades que sinto de Lisboa enquanto estou fora, e adoro vir matar as saudades por uns dias.
Gosto (nesta altura) do calor que se sente, da brisa nas arvores dos escassos jardins, que aparecem nalgum bairro, gosto dos turistas a olhar e a fotografar, a rir do eléctrico, porque abana e as crianças caem, eles também ao colo de alguma velhinha que nem fala inglês, mas sorri quando aqueles olhos calmos traduzem o que a boca diz “I’m so sorry lady!”, gosto das montras, uma após a outra, rua após rua, gosto dos monumentos, dos teatros, dos cinemas (a maior parte desactivado), da Av. Da Liberdade e os seus contrastes. Do Éden e do cantinho da minha geladaria preferida ( que fica nos Restauradores), dos prédios que diferem uns dos outros, de bairro para bairro, das ruas apertadas de Alfama, das esplanadas cheias, da péssima cara dos colaboradores dos cafés e restaurantes… das noites quentes, das alças e sandálias, dos finos e dos gins tónicos, da musica diferente que sai de bar em bar e se mistura na rua, seja em Santos, no Bairro Alto, Alcântara, Docas, Linha, enfim… das conversas meias em português meias nalguma língua estrangeira… a vida que seja de dia ou de noite esta cidade tem…
Depois reaparece o motivo de viver fora, apesar das saudades enormes que sinto da família, amigos e cidade.
Vou ao telefone com um grande amigo, a caminho do processo (fisiológico) já processado, animada, contente pela minha calma (1ª vez perante esta situação/processo fisiológico já antes vivido várias vezes), quando se ouve uma buzina tão alta e longa, que eu gritei de susto e lá do outro lado ouve-se “ê lá!”, depois aparece esta conversa telefónica:
Meu Amigo – Que passe por cima!
Eu – Pois e olha ficaram no sinal vermelho a discutir! Eu continuo a andar, mas a gritaria é tal que se ouve daqui!
M.A. – Pois, gente doida!
Eu – Sim completamente doida, por isto é que não gosto de cá viver, sempre mal dispostos e prontos as discutir!
M.A – Pois
Eu – Eu continuo a andar e eles ainda aos gritos caramba, vou continuar ainda algum se lembra de ter uma arma e usa-la!
M.A. – Pois, olha o (…) ligou-me, vê lá tu bem que ligou a dizer que comprou……
Parece exagero, mas não, uma pessoa que conheço, buzinou a um taxista (não me lembro se em Lisboa se no Porto), porque ele entrou á “fogareiro” nem olha nem nada, e o taxista ofendidíssimo deu um tiro no para brisas traseiro…!
Enfim tudo isto para dizer… que o stress mata, e antes de matar fisicamente, mata emocionalmente, sentimentalmente e impossibilita as pessoas de se encontrarem nelas mesmas, e tentam-se encontrar em objectos em posses, para mostrar na ida ao centro comercial ao Domingo!
Se sorrirem, perdoarem ou entenderem o próximo, garantidamente que é sorrisos que recebem de volta… e dos verdadeiros….

