
Há já alguns dias, que o poema “Amar” de Florbela Espanca não me sai da cabeça…
Persegue-me, digo-o sem voz na minha mente, observo as pessoas na esplanada, no jardim e as várias relações que ali têm, com o conjugue, o filho, o progenitor, o amigo, o inimigo… oiço conversas soltas nas mesas, tento imaginar a realidade daquelas pessoas… e o poema surge e mentalmente o declamo e volto a declamar… penso nas palavras e no que me fazem sentir… nas palavras que me dizem e o que me fazem sentir… nas saudades de quê, de quem e o porquê, sem análise profunda, só sentimento… sorrio.. Aliás saem gargalhadas saudáveis de felicidade… de poder sentir… de poder amar… de poder viver!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!
Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca



